Entre quais eu sou???

Assim como Clarice Lispector fez em A paixão segundo G.H, aqui não se busca responder quem sou, mas entre quais eu sou? Uma pergunta que envolve o sentido de nossa existência, que não é somente individual, mas que está baseado (e até determinado) na posição que ocupamos no mundo (classe, gênero, cor, em relação ao outro...), sobre o lugar da arte (é possível separar arte e vida?), o lugar que o Brasil ocupa no concerto das nações e sobre a questão do evangelho da graça x obras. Aqui há um espaço aberto para essas discussões! Leia, reflita e participe!



segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Nesta Segunda, Leon Trotsky ...


“O capitalismo (...) preparou e, num certo sentido, realizou a universalidade e a permanência do desenvolvimento da humanidade. Por isto está excluída a possibilidade de uma repetição das formas de desenvolvimento de diversas nações. Forçado a se colocar a reboque dos países avançados, um país atrasado não se conforma com a ordem de sucessão (...)”. As sociedades menos desenvolvidas têm a possibilidade, ou, mais exatamente, são obrigadas a adotar certos traços avançados saltando as etapas intermediárias: “Os selvagens renunciam ao arco e flecha, para logo tomarem os fuzis, sem percorrer a distância que separava, no passado, estas diferentes armas. (...) O desenvolvimento de uma nação historicamente atrasada conduz, necessariamente, a uma combinação original das diversidades. A órbita descrita
toma, em seu conjunto, um caráter irregular, complexo, combinado
”.


Este trecho é uma reflexão de Leon Trotsky (Histoire de la révolution russe, Paris, Seuil, 1962, pp. 20-21.) que encontrei num texto de Michael Löwy.


A questão é: é possível regular este atraso histórico com movimentações sociais e educacionais?

Leia o texto inteiro em: http://www.revistaoutubro.com.br/edicoes/01/out01_06.pdf

Um comentário:

Margot disse...

Bom, Lorena, o problema é complexo.
Mas a modernidade em si já é sinônimo de atraso. Civilização é sinônimo de barbárie.
Ora, todo progresso econômico traz um progresso de miséria. O sucesso de uns só é possível pelo fracasso de muitos.
Só foi possível a revolução burguessa e o desenvolvimento das nações européias devido às explorações das Américas e Africa.
Uma prosperidade a custa d exploração desenfreada da natureza, do outro ser humano...
Estranho pq há tb miséria nos EUA, França...
Então como regular o nosso atraso?
O nosso caminho (sendo otimista)com certeza não será como nestes países, pq pela lógica, nós teríamos que explorar um outro país. Nem é pela educação, pq quem tem acesso à ela é beneiciado pelo regime capitalista e o pobre tem outras urgências como comer por exemplo. São poucas as mentes pensantes neste mundo, e mesmo numa escola de qualidade, o ensino é voltado p/ passar no vestibular, p/ o filho do burguês futuramente gerir os negócios do pai latifundiário.
O cenário é aterrorizante. Por isso grupos como o MST que tem uma base e um estilo de vida socialista, com formações políticas e históricas fortes, ainda dão um pouco de otimismo p/ Brasil.