“O capitalismo (...) preparou e, num certo sentido, realizou a universalidade e a permanência do desenvolvimento da humanidade. Por isto está excluída a possibilidade de uma repetição das formas de desenvolvimento de diversas nações. Forçado a se colocar a reboque dos países avançados, um país atrasado não se conforma com a ordem de sucessão (...)”. As sociedades menos desenvolvidas têm a possibilidade, ou, mais exatamente, são obrigadas a adotar certos traços avançados saltando as etapas intermediárias: “Os selvagens renunciam ao arco e flecha, para logo tomarem os fuzis, sem percorrer a distância que separava, no passado, estas diferentes armas. (...) O desenvolvimento de uma nação historicamente atrasada conduz, necessariamente, a uma combinação original das diversidades. A órbita descrita
toma, em seu conjunto, um caráter irregular, complexo, combinado”.
Este trecho é uma reflexão de Leon Trotsky (Histoire de la révolution russe, Paris, Seuil, 1962, pp. 20-21.) que encontrei num texto de Michael Löwy.
A questão é: é possível regular este atraso histórico com movimentações sociais e educacionais?
Leia o texto inteiro em: http://www.revistaoutubro.com.br/edicoes/01/out01_06.pdf
Um comentário:
Bom, Lorena, o problema é complexo.
Mas a modernidade em si já é sinônimo de atraso. Civilização é sinônimo de barbárie.
Ora, todo progresso econômico traz um progresso de miséria. O sucesso de uns só é possível pelo fracasso de muitos.
Só foi possível a revolução burguessa e o desenvolvimento das nações européias devido às explorações das Américas e Africa.
Uma prosperidade a custa d exploração desenfreada da natureza, do outro ser humano...
Estranho pq há tb miséria nos EUA, França...
Então como regular o nosso atraso?
O nosso caminho (sendo otimista)com certeza não será como nestes países, pq pela lógica, nós teríamos que explorar um outro país. Nem é pela educação, pq quem tem acesso à ela é beneiciado pelo regime capitalista e o pobre tem outras urgências como comer por exemplo. São poucas as mentes pensantes neste mundo, e mesmo numa escola de qualidade, o ensino é voltado p/ passar no vestibular, p/ o filho do burguês futuramente gerir os negócios do pai latifundiário.
O cenário é aterrorizante. Por isso grupos como o MST que tem uma base e um estilo de vida socialista, com formações políticas e históricas fortes, ainda dão um pouco de otimismo p/ Brasil.
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